Esta semana, a Kyndryl — herdeira do legado da IBM Services e atualmente uma das maiores especialistas mundiais em engenharia de TI — anunciou um novo capítulo na sua parceria estratégica com a Microsoft. Tendo como mote: uma Cloud mais adaptável, inteligente e fluida. Uma cloud que se molda à organização, e não o contrário.
A proposta da Kyndryl é tão ambiciosa quanto urgente: uma Cloud distribuída que rompe os limites físicos entre data centers, ambientes híbridos, multicloud, edge computing e dispositivos IoT — tudo isso orquestrado com a abordagem de Cloud Adaptável da Microsoft, alicerçada na plataforma Azure.
Mas o que significa, na prática, esta tal “Cloud Adaptável”? Segundo a Kyndryl, trata-se de um modelo operacional unificado, alimentado por IA, que permite às empresas integrar sistemas dispersos, automatizar operações e extrair inteligência de dados em tempo real — tudo isto sem sacrificar a segurança ou a governança. Imagine um cérebro digital que sincroniza operações entre uma fábrica inteligente na Alemanha, um hospital no Alentejo e uma loja de retalho em Madrid — em tempo real e sem atrito.
O motor desta transformação é o Microsoft Azure, e a arquitetura por onde tudo circula responde pelos nomes Azure Arc, Azure Local e Azure Cloud. São estas tecnologias que permitem à Kyndryl desenhar soluções cirúrgicas para ambientes complexos — desde gémeos digitais na indústria energética até redes 5G privadas para hospitais com cirurgia assistida por realidade aumentada.
“A nossa missão é modernizar as operações das empresas com agilidade e menor custo, mantendo sempre o foco nos seus objetivos estratégicos”, afirma Cláudio Sousa, Consult Partner da Kyndryl em Portugal. O foco imediato? Virtualização e desktop-as-a-service, dois pilares fundamentais num mundo onde o trabalho remoto e a edge computing se tornaram quotidianos.
Do lado da Microsoft, o entusiasmo é igual. “Esta parceria com a Kyndryl é uma demonstração da nossa dedicação em potenciar a inovação em ambientes empresariais cada vez mais desafiantes”, diz Ricardo Davila, Diretor Geral de GSI. A mensagem implícita? Estamos a entrar numa era onde a Cloud deixa de ser um destino e passa a ser um tecido operativo invisível, mas vital.
Esta parceria já está a alimentar casos de uso reais com sabor de ficção científica — e com ROI bem palpável:
- Retalho: desde prateleiras inteligentes com etiquetas eletrónicas até sinalização digital alimentada por IA e promoções hiperpersonalizadas em tempo real.
- Indústria e Energia: gémeos digitais, manutenção preditiva, robôs RPA e deteção de anomalias nas linhas de produção.
- Saúde: análise de imagens médicas com IA, cirurgia com RA, VDI para profissionais clínicos, e até gestão energética inteligente em hospitais.
Mais do que tecnologia, esta parceria representa uma nova cultura de gestão de TI: uma onde a infraestrutura deixa de ser um conjunto de máquinas e passa a ser um ecossistema inteligente, mutável e sensível ao contexto. É uma mudança de paradigma que exige tanto da engenharia como da visão estratégica. E é aqui que a Kyndryl se destaca: não vende produtos, redesenha sistemas.
Desde o início da colaboração global em 2021, a Kyndryl e a Microsoft têm vindo a alicerçar uma arquitetura de confiança mútua — feita de bits, mas também de decisões executivas. Este novo passo, com foco na Distributed Cloud e na adaptabilidade inteligente, é talvez o mais ousado até agora.
Porque, no fim, a tecnologia que realmente transforma é aquela que ninguém vê — mas que torna tudo o resto possível.